João GG

Distr&oacute;picas &eacute; uma s&eacute;rie de microv&iacute;deos gravados e editados no celular que visitam uma das paisagens mais id&iacute;licas do imagin&aacute;rio sobre o Brasil, a praia. Ela &eacute; lida nesta s&eacute;rie do ponto de vista da distopia em que nos encontramos, entre Bolsonaro e os desmanches do capitaloceno, alimentado em grande parte pelo lixo eletr&ocirc;nico que consumimos incessantemente.&nbsp;
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N&atilde;o por acaso essas imagens foram traduzidas em duas linguagens codificadas. Uma delas &eacute; o ascii, um formato de codifica&ccedil;&atilde;o computacional utilizado deste os anos 1960, que &eacute; a base da comunica&ccedil;&atilde;o entre m&aacute;quinas e sua possibilidade de serem entendidas por humanos. A outra &eacute; o glitch, que indica erros de processamento dos c&oacute;digos, resultando em uma est&eacute;tica do ru&iacute;do e da impossibilidade de comunica&ccedil;&atilde;o. Ao traduzir a praia em linguagem maqu&iacute;nica e colocar no seu &acirc;mago os limites de visualiz&aacute;-las nos perguntamos: que horizonte nos resta em um tempo que parece nos roubar incessantemente o futuro?
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Distrópica #1

Distr&oacute;picas &eacute; uma s&eacute;rie de microv&iacute;deos gravados e editados no celular que visitam uma das paisagens mais id&iacute;licas do imagin&aacute;rio sobre o Brasil, a praia. Ela &eacute; lida nesta s&eacute;rie do ponto de vista da distopia em que nos encontramos, entre Bolsonaro e os desmanches do capitaloceno, alimentado em grande parte pelo lixo eletr&ocirc;nico que consumimos incessantemente.

Distrópica #2

Distrópica #3

A obra consiste num videoclipe de pouco mais de 10 minutos feito inteiramente em computa&ccedil;&atilde;o gr&aacute;fica, no qual sete pedras semipreciosas encontradas em diferentes regi&otilde;es da Am&eacute;rica Latina &ndash; muitas no Brasil &ndash; foram escaneadas tridimensionalmente ou renderizadas a m&atilde;o, gerando arquivos 3D que foram ent&atilde;o programados para moverem-se numa sequ&ecirc;ncia pr&eacute;-roteirizada de cenas. A linguagem audiovisual adotada &eacute; pr&oacute;xima &agrave; dos videoclipes de K-pop, um mash up de cortes r&aacute;pidos de muitas cenas de colora&ccedil;&atilde;o saturada em &acirc;ngulos e ritmos variados. Uma dan&ccedil;a fren&eacute;tica de pedras / agentes inorg&acirc;nicos que tomam o lugar de dan&ccedil;arinos e cantores do g&ecirc;nero musical blockbuster sul-coreano. 
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O v&iacute;deo foi originalmente concebido como parte do backdrop c&ecirc;nico de uma instala&ccedil;&atilde;o hom&ocirc;nima produzida por ocasi&atilde;o da exposi&ccedil;&atilde;o &lsquo;Dear Amazon: The Anthropocene&rsquo; em 2019 no Ilmin Museum of Art (Seoul, Cor&eacute;ia do Sul). Na vers&atilde;o f&iacute;sico-instalativa do trabalho, as sete pedras renderizadas que aparecem no v&iacute;deo foram esculpidas de forma agigantada em isopor com revestimento em l&aacute;tex pigmentado, resultando num conjunto de representa&ccedil;&otilde;es espetaculosas em que o referente original se perde (as sete pedras semipreciosas adquiridas pelo artista de um comerciante de min&eacute;rios raros em S&atilde;o Paulo n&atilde;o estavam presentes). 
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Entre os muitos takes do v&iacute;deo, h&aacute; dois momentos em que aparecem sequ&ecirc;ncias fren&eacute;ticas e estrobosc&oacute;picas de stills das pedras, emulando uma l&oacute;gica de acelera&ccedil;&atilde;o comum aos refr&otilde;es de videoclipes pop. A anima&ccedil;&atilde;o 3D &eacute; acompanhada de uma faixa musical estilo &lsquo;early electronics&rsquo; produzida pelo DJ Pedro Zopelar (Teto Preto; Mamba Records) especialmente para o v&iacute;deo e cedida para o artista. As esculturas f&iacute;sicas da instala&ccedil;&atilde;o original foram eliminadas ao final da exposi&ccedil;&atilde;o, sendo este v&iacute;deo o principal registro do trabalho. Unpolished Stone especula sobre as condi&ccedil;&otilde;es usuais de circula&ccedil;&atilde;o internacional de commodities: Brasil como exportador de mat&eacute;rias primas brutas e clich&ecirc;s de natureza id&iacute;lica; Cor&eacute;ia como exportadora de cultura pop audiovisual; a contraposi&ccedil;&atilde;o entre a circula&ccedil;&atilde;o dificultosa dos componentes f&iacute;sicos volumosos das commodities e mesmo da arte contempor&acirc;nea e a fluidez de viraliza&ccedil;&atilde;o instant&acirc;nea dos conte&uacute;dos digitais.&nbsp;&nbsp;
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&Aacute;udio: faixa musical estilo &lsquo;early electronics&rsquo; produzida e cedida por Pedro Zopelar especialmente para este trabalho

SPARTE - Unpolished Stone

Em CoroNews buscas por not&iacute;cias do Coronav&iacute;rus tiveram seus c&oacute;digos de formata&ccedil;&atilde;o embaralhados de forma automatizada e generativa pela artista. No ru&iacute;do visual e sonoro que se apresenta, revelam-se todas as mazelas da gest&atilde;o desastrosa da pandemia no Brasil.&nbsp;
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SPARTE - CoroNews

Em CoroNews buscas por not&iacute;cias do Coronav&iacute;rus tiveram seus c&oacute;digos de formata&ccedil;&atilde;o embaralhados de forma automatizada e generativa pela artista. No ru&iacute;do visual e sonoro que se apresenta, revelam-se todas as mazelas da gest&atilde;o desastrosa da pandemia no Brasil.&nbsp;

Em Havia um rio dourado atrás de uma placa em Belém, no centro da capital amaz&ocirc;nica, em parte aterrado, o artista utiliza-se das placas que existem para enxergar os rios dourados do Norte. Dentre igarap&eacute;s, lagos e riachos, Dias o v&ecirc; na paisagem da cidade que se desloca. Surgem, ent&atilde;o, como apari&ccedil;&otilde;es diante de um deslocamento capital-interior, sempre realizado na vida do artista.&nbsp;

SPARTE - Havia um rio dourado atrás de uma placa em Belém

Em Tecnobrega, casal dançando entre o Norte e o Sudeste do Brasil, PV Dias conecta aparatos tecnol&oacute;gicos amplamente utilizados na m&uacute;sica contempor&acirc;nea paraense e em suas festas, com o movimento da dan&ccedil;a. O brega, portanto, &eacute; o rastro visual de um movimento musical que surge das margens da amaz&ocirc;nia e que o artista registra quadro a quadro.

SPARTE -  Tecnobrega, casal dançando entre o Norte e o Sudeste do Brasil 

A obra Outra poss&iacute;vel fam&iacute;lia real no Norte da Am&eacute;rica do Sul &eacute; pensada a partir de uma possibilidade de presente a partir de uma ruptura no passado colonial amaz&ocirc;nico. Em frente a um Rio, n&atilde;o o De Janeiro, e sim o Rio Tocantins, uma outra fam&iacute;lia mais real &eacute; formada.&nbsp;

SPARTE - Outra possível família real no Norte da América do Sul 

Sua obra lida com temas do Design Gr&aacute;fico/Comunica&ccedil;&atilde;o e da pintura. O artista se deixa contaminar por suas pesquisas em Design Gr&aacute;fico na faculdade e passa a assumir essa tem&aacute;tica como objeto de pesquisa em sua pintura.